Monday, December 04, 2006

O ser e o não ser


Vida ingrata
Sem fim nem meio
Insolúvel agrura
Veneno que coroe o coração

Sou covarde, sou fraco
E alucinado
Homem de mente imunda
De corpo sublime e
Cheio de podridão

Sei que não vivi
Pois não sei viver
É estúpido pensar
Que sou assim
Porque não sou
não aprendi ser


Nunca fui o que sou
Sempre fui a sombra do que me fizeram ser
Nunca direi quem sou
O que sei é que não sou este
que se afunda em solidão
Sou mais sinsero e feliz
Quem sabe
Mais amoroso
mais alegre e amigo
Quem sabe
Eu nunca fui assim
Sou amigo de mim
Na verdade não sou amigo de ninguem
Sou assim


Nem quero saber o que fui, pois já sei o que não fui
E é duro não saber
É duro saber o que não sou

Papillon Adore



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